A cruz de Cristo é o símbolo de sua doação total - Jo 3,13-17.

14/09/2011 06:27

 

Preparação para a Leitura Orante

 

Exaltamos a Santa cruz, traçando sobre nós o sinal da cruz e rezando:

 

- Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

 

- A todos nós, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo.

 

- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

 

Preparamo-nos para a Leitura, rezando, com todos os internautas:

 

Jesus Mestre, que dissestes:

 

"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, aqui reunidos (pela grande rede da internet), para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.

 

Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos as Sagradas Escrituras.

 

Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.

 

Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e missão.

(Bv. Alberione)

 

Leitura Orante

 

Jo 3,13-17

 

Ninguém subiu ao céu, a não ser o Filho do Homem, que desceu do céu.

 

- Assim como Moisés, no deserto, levantou a cobra de bronze numa estaca, assim também o Filho do Homem tem de ser levantado, para que todos os que crerem nele tenham a vida eterna. Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o seu único Filho, para que todo aquele que nele crer não morra, mas tenha a vida eterna. Pois Deus mandou o seu Filho para salvar o mundo e não para julgá-lo.

 

O que diz o texto do dia?

 

COMENTÁRIO 1

 

Neste texto Jesus conversa com Nicodemos. Fala da cruz, diz que o Filho do Homem será levantado na cruz, como a cobra de bronze numa estaca. A diferença é que olhando para a serpente as pessoas se sentiam preservadas da morte repentina. Em Jesus crucificado todos têm a vida eterna.

 

COMENTÁRIO 2

 

Este texto do evangelho é parte do discurso de Jesus, em continuidade com o diálogo com Nicodemos, apresentado pelo evangelista João. Jesus revela que a plenitude da condição humana não resulta da observância da Lei, mas passa pelo renascer no Espírito, no dom do amor, pelo qual se chega à vida eterna. O Filho do Homem desceu do céu para revelar seu amor ao mundo e será "levantado". O Filho do Homem é Jesus solidário com a humanidade. "Levantado" significa a humanidade elevada em sua dignidade por Jesus, e, também, Jesus levantado na cruz. A serpente de bronze atribuída a Moisés tornou-se objeto de idolatria e foi destruída pelo rei Ezequias (2Rs 18,4). João a associa com a cruz de Jesus. A cruz é a expressão do poder da morte ao alcance dos chefes deste mundo. A lembrança de Jesus na cruz nos faz conscientes de que os chefes do mundo, ainda hoje, têm este poder de morte e o exercem, enlouquecidos por suas ambições. Na nossa América Latina temos a lembrança dos que foram sacrificados por suas lutas a favor dos pobres e oprimidos. A humanidade é exaltada pelo dom da vida eterna na encarnação de Jesus, comunicando a todos seu amor libertador, pelo que foi crucificado.

 

José Raimundo Oliva

 

COMENTÁRIO 3

 

Celebramos hoje a festa da Exaltação da Santa Cruz. Esta festa chama a atenção, pois destaca o grande paradoxo da nossa fé – foi exatamente através da cruz, o mais terrível entre os suplícios, que veio a Salvação.

 

Humanamente falando, a morte de Jesus na cruz significava o fracasso total da Sua vida e missão, mas, de fato, escondia a vitória de Deus sobre o mal, da vida sobre a morte, da graça sobre o pecado – uma vitória que se manifestaria ao terceiro dia, na Ressurreição.

 

Estamos diante do mistério que Paulo desvenda: “Deus escolheu o que é loucura no mundo, para confundir os sábios; e Deus escolheu o que é fraqueza no mundo, para confundir o que é forte. E aquilo que o mundo despreza, acha vil e diz que não tem valor, isso Deus escolheu para destruir o que o mundo pensa que é importante” (1 Cor 1,27-28).

 

Deus enviou-nos o Seu próprio Filho. O “Filho do Homem” significa o humano, o encarnado na vida, na história. O Filho do Homem desceu do céu e será levantado. É o Verbo que se fez carne e vimos a Sua glória. Temos aqui a dinâmica característica do Evangelho de João: Jesus desceu do céu para elevar o humano.

 

João prima pela revelação da exaltação da condição humana a partir da Encarnação do Filho de Deus, Jesus. A elevação do Filho do Homem é a elevação do humano. Jesus é a serpente levantada no deserto por Moisés para a salvação de toda a humanidade.

A festa de hoje celebra a cruz, não o sofrimento. Jesus não nos salvou porque sofreu três horas na cruz – Ele nos salvou porque a Sua vida foi totalmente fiel à vontade do Pai. Por causa dessa fidelidade, as Suas opções concretas O colocaram em conflito com as estruturas de dominação sócio-político-religiosas, o que causou o Seu assassinato judicial.

 

A morte de Jesus foi muito mais do que uma tentativa de eliminar alguém que incomodasse. Era a tentativa de aniquilar o Seu movimento, a Sua pregação, a visão de Deus e do projeto divino que Ele ensinava. A cruz então se tornava o símbolo de doação total numa vida de fidelidade absoluta ao projeto do Pai. Era o último passo de coerência, consequência lógica do seguimento segundo a vontade de Deus.

 

Assim, Jesus deixa bem claro nas páginas dos Evangelhos que a cruz é a característica do discípulo: “Se alguém quer me seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz, e me siga”. (Mc 8,24).

 

Jesus não nos convida a buscar o sofrimento, mas a carregar a cruz – consequência de uma religião que é vivencial, que acarreta ações e atitudes coerentes com o Deus no qual acreditamos, e que traz em seu bojo as sementes de um conflito com todo poder opressor, pois “os meus projetos não são os projetos de vocês, e os caminhos de vocês não são os meus caminhos”. (Is 55,8).

 

Paulo descobriu que pregar Cristo “sem a cruz” era esvaziar a evangelização. Assim, declara à comunidade de Corinto: “Entre vocês eu não quis saber outra coisa a não ser Jesus Cristo e Jesus Cristo crucificado”.(1 Cor 2,2). A cruz de Cristo é inseparável da Sua vida, pois é a consequência dela.

 

No entanto, a cruz também não se separa da Ressurreição, pois ela é o resultado de tal coerência e fidelidade. A festa de hoje nos desafia para que respondamos ao convite de Jesus para carregar a nossa cruz numa vida de discipulado e missionariedade, continuando a Sua missão no mundo, pois – como diz o nosso texto de hoje, – “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por meio dele”.

 

Padre Bantu Mendonça

 

O que o texto diz para mim, hoje?

 

Qual o sentido da cruz para mim? Entro em diálogo com o texto. Reflito e atualizo. O que o texto me diz no momento? Quais são as cruzes do mundo de hoje? Em Aparecida, os bispos disseram: "Durante seu ministério, os discípulos não foram capazes de compreender que o sentido de sua vida selava o sentido de sua morte. Muito menos podiam compreender que, segundo o desígnio do Pai, a morte do Filho era fonte de vida fecunda para todos (cf. Jo 12,23-24). O mistério pascal de Jesus é o ato de obediência e amor ao Pai e de entrega por todos seus irmãos. Com esse ato, o Messias doa plenamente aquela vida que oferecia nos caminhos e aldeias da Palestina. Por seu sacrifício voluntário, o Cordeiro de Deus oferece sua vida nas mãos do Pai (cf. Lc 23,46), que o faz salvação "para nós" (1 Cor 1,30). Pelo mistério pascal, o Pai sela a nova aliança e gera um novo povo que tem por fundamento seu amor gratuito de Pai que salva." (DAp 143).

 

O que o texto me leva a dizer a Deus?

 

Dois riscos - Padre Zezinho, scj

 

Feita de dois riscos é a minha cruz

Sem esses dois riscos não se tem Jesus

Um é vertical, o outro horizontal

O vertical eleva, o horizontal abraça

Feita de dois riscos é a minha cruz

Sem esses dois riscos não se tem Jesus

Feita de dois riscos é a minha fé

Sem esses dois riscos religião não é

Um é vertical, o outro horizontal

Um vai buscar na fonte

O outro é o aqueduto

Feita de dois riscos é a minha fé

Sem esses dois riscos religião não é

Feita de dois riscos é o meu caminhar

Sem esses dois riscos posso não chegar

Um é vertical, o outro horizontal

O vertical medita, o horizontal agita

Feita de dois riscos é o meu caminhar

Sem esses dois riscos posso não chegar.

Do CD No peito eu levo uma cruz - Coletânea Jornada Mundial da Juventude - Brasil 2013 - https://www.paulinas.org.br/loja/DetalheProduto.aspx?idProduto=9570

 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

 

Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus. Como Jesus na cruz, terei sempre no coração o perdão.

 

Bênção

 

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.

- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

 

Ir. Patrícia Silva, fsp

 

Fonte: Paulinas e Canção Nova.