A mãe de Jesus é acolhida por João - Jo 19,25-27.

15/09/2011 07:17

 

Preparação para a Leitura Orante

 

Saudação

 

- A nós, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo.

 

- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

 

Preparo-me para a Leitura, rezando:

 

Mestre, que dissestes: "Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, aqui reunidos (pela grande rede da internet), para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.

 

Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos as Sagradas Escrituras.

 

Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.

 

Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e missão.

 

(Bv. Alberione)

 

Leitura Orante

Jo 19,25-27

 

Perto da cruz de Jesus estavam a sua mãe, e a irmã dela, e Maria, a esposa de Clopas, e também Maria Madalena. Quando Jesus viu a sua mãe e perto dela o discípulo que ele amava, disse a ela:

 

- Este é o seu filho.

 

Em seguida disse a ele:

 

- Esta é a sua mãe.

 

E esse discípulo levou a mãe de Jesus para morar dali em diante na casa dele.

 

O que diz o texto do dia?

 

COMENTÁRIO 1

 

As mulheres e um discípulo assistem a crucifixão de Jesus. O Mestre não está só. Ali, ao pé da cruz, inicia-se a "comunidades dos crentes". Este aspecto é claro quando Jesus confia o discípulo à mãe e a mãe ao discípulo. Maria é indicada como mãe. Não com um nome, mas com uma função. Também o discípulo não é chamado pelo nome, mas como "discípulo que ele amava". Também uma função representativa. Maria e o discípulo têm, embora de modo diferente, relação com a Igreja. A mãe de Jesus torna-se Mãe do discípulo e de todos os discípulos. Desta forma pode-se concluir que a Mãe de Jesus, ao pé da cruz, tornou-se Mãe da Igreja. Assim também, o último ato de Jesus na cruz foi fundar a Igreja.

 

COMENTÁRIO 2

 

Nos evangelhos sinóticos (Mt, Mc, Lc) as mulheres, sem nomear a mãe de Jesus, no momento da crucifixão de Jesus permanecem olhando de longe. No evangelho de João, não mais à distância, mas junto à cruz, são nomeadas a mãe de Jesus e Maria Madalena, bem como o discípulo que Jesus amava. Com esta proximidade surge o diálogo entre eles.

 

A mãe de Jesus, Maria, está presente no início e no fim do ministério de Jesus. No início, nas bodas de Cana, Jesus se dirige a ela dizendo: "Mulher, para que me dizes isso? A minha hora ainda não chegou" (Jo 2,4). Agora é chegada a hora da glória, com a missão, atribuída pelo Pai, cumprida. Com a proclamação "Mulher, eis o teu filho", a mãe de Jesus é acolhida por João. Maria, pela geração de seu filho, está associada ao ministério encarnado de Jesus. A partir da cruz, Maria Madalena e o discípulo que Jesus amava, que testemunharão o túmulo vazio, são a expressão das novas comunidades missionárias, nas quais a mãe de Jesus é acolhida. Estas comunidades darão continuidade ao ministério de Jesus, contando com sua presença real através do Espírito que lhes é dado. No coração de Maria certamente, mais duradoura do que a dor, pulsa a alegria de ver seu filho glorioso no cumprimento da missão que recebeu do Pai, com toda a fidelidade e amor.

 

José Raimundo Oliva

 

COMENTÁRIO 3

 

Ontem, dia 14, celebramos a festa da Exaltação da Santa Cruz. E hoje São João nos apresenta o texto da crucificação do Mestre. Quero recordar a você que a crucificação era um método romano de execução, primeiramente reservado aos escravos. Nesse ato combinavam-se elementos de vergonha e tortura.

 

O castigo da crucificação começava com a flagelação, depois de o criminoso ter sido despido. Colocava-se, em geral, uma inscrição por cima da cabeça do condenado (cf. Mt 27,37; Jo 19,19) com poucas palavras, exprimindo o seu crime. O condenado levava sua cruz ao lugar da execução. Algumas vezes ele era apenas atado a esse instrumento de suplício.

 

Tendo chegado a hora d’Aquele que se fez contar entre ladrões para todos salvar, não teve outra sina senão a cruz. Assim, Jesus Cristo – como qualquer criminoso – carregou a Sua cruz e, tendo chegado ao cimo da montanha, foi pregado na cruz.

 

Os três evangelistas sinóticos – Marcos, Mateus e Lucas – registram a presença das mulheres, a distância, no momento da crucifixão de Jesus. João, no seu Evangelho, as apresenta ao lado da cruz – Maria Madalena e Maria, a Mãe de Jesus – acrescentando o discípulo que Jesus amava.

 

Há aqui um pormenor a salientar: somente o evangelista João apresenta Maria e o discípulo amado ao lado da cruz, já que Mateus, Marcos e Lucas referem que havia umas pias mulheres um pouco afastadas da cruz. O que se quer evidenciar neste pequeno trecho são as palavras de Jesus à Mãe e ao discípulo amado: “Este é o seu filho. Em seguida disse a ele: Esta é a sua mãe”.

 

Jesus ao dizer: “Eis a tua mãe” quer personificar – no discípulo amado – que os seguidores d’Ele são objeto do Seu amor, porque observam a Sua Palavra. E assim, Maria é proclamada Mãe de toda a Igreja.

 

Com as palavras ao discípulo, Cristo esclarece o Seu pensamento: “Eis a tua mãe”. Maria não é só a Mãe de Jesus, mas a Mãe dos discípulos, a Mãe da Igreja, a Mãe de toda a humanidade. O Senhor revela então a Virgem Maria a sua missão de Mãe e ao discípulo a sua missão de filho.

 

O episódio ficaria incompleto se João não descrevesse a atitude, o gesto e o carinho do discípulo amado: “e desde aquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa”.

 

Na cruz, completa-se a obra reveladora de Jesus, a Sua hora alcança a plena revelação. Nossa Senhora está presente em todos os momentos do ministério de seu Filho, mas, de modo mais pleno, nós a vemos nas Bodas de Caná, quando Jesus afirma que ainda não é chegada Sua hora (cf. Jo 2,4) e, agora, na hora derradeira da Sua vida, Maria assiste no calvário a consumação da hora redentora de seu Filho.

 

Agora é chegada a hora. É a hora do sinal maior: a glorificação de Jesus, a Sua fidelidade plena ao projeto do Pai até à morte.

 

Em Maria, a mulher, temos a Mãe de Deus. Maria Madalena, que sairá em busca de Jesus no horto – como no Cântico dos Cânticos – representa a nova comunidade como esposa do Ressuscitado.

 

O discípulo amado, representante de todos os crentes, é envolvido nessa hora, acolhendo a Mãe de Cristo no seu coração e aceitando-a como Sua Mãe. João, recebendo Maria como Mãe, representa o discipulado no qual, como filhos de Deus, nos tornamos herdeiros da vida eterna, em Jesus Cristo.

Essa cena diante da cruz está carregada de simbolismo, já que o evangelista quer apresentar a Santíssima Virgem Maria como Mãe da Igreja.

 

Rezemos: Maria, minha Mãe, volvei vosso olhar sobre nós e rogai a Jesus, vosso Filho, por nossas necessidades.

 

Padre Bantu Mendonça

 

O que o texto diz para mim, hoje?

 

Qual palavra mais me toca o coração? O que o texto me diz no momento? Tenho Maria como minha Mãe? Como é meu relacionamento com ela? E meu relacionamento com a Igreja? Como se dá? Os bispos, na Conferência de Aparecida, disseram: " Uma autêntica evangelização de nossos povos envolve assumir plenamente a radicalidade do amor cristão, que se concretiza no seguimento de Cristo na Cruz; no padecer por Cristo por causa da justiça; no perdão e no amor aos inimigos. Este amor supera o amor humano e participa no amor divino, único eixo cultural capaz de construir uma cultura da vida. No Deus Trindade a diversidade de Pessoas não gera violência e conflito, mas é a mesma fonte de amor e da vida. Uma evangelização que coloca a Redenção no centro, nascida de um amor crucificado, é capaz de purificar as estruturas da sociedade violenta e gerar novas estruturas. A radicalidade da violência só se resolve com a radicalidade do amor redentor. Evangelizar sobre o amor de plena doação como solução ao conflito deve ser o eixo cultural "radical" de uma nova sociedade. Só assim o Continente da esperança pode chegar a se tornar verdadeiramente o Continente do amor." (DAp 543).

 

Sinto-me membro de Corpo, cuja Cabeça é Jesus? Sou capaz de sofrer por causa de Cristo?

 

O que o texto me leva a dizer a Deus?

 

Canto com o Padre Zezinho, scj, Mater Dolorosa

 

Tu que, ao sangue do teu Filho mistura tuas lágrimas.

Tu, que sem perder teu brilho sufoca tuas mágoas.

Tu que tens teu Filho morto nos teus braços de mulher

Ora pelas mães! Ora pelas mães!

Pelas mães dos assassinos

Pelas mães dos que morreram

Todas elas vestem luto

Pois morreram com o filho

Ora pelas mães que estão sem paz

Pois nelas a violência dói bem mais

Ora pelas mães que estão sem paz

Pois nelas a violência dói bem mais.

CD Quando me chamaste - Pe. Zezinho - Paulinas COMEP

 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

 

Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre.

 

Vou demonstrar pela vida que vivo como Igreja da qual Maria é a Mãe. Escolho uma frase ou palavra para memorizar. Vou repeti-la durante o dia.

 

Bênção

 

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.

- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

 

Ir. Patrícia Silva, fsp

 

Fonte: Paulinas e Canção Nova.