Qual tem sido a nossa filosofia de vida? - Lc 10,25-37.

03/10/2011 19:42

Preparação para a Leitura Orante

 

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando com todos os internautas:

 

Creio, meu Deus, que estou diante de Ti.

Que me vês e escutas as minhas orações.

Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro.

Tu me deste tudo: eu te agradeço.

Foste tão ofendido por mim: eu te peço perdão de todo o coração.

Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças que sabes serem necessárias para mim.

 

Leitura Orante
Lc 10,25-37

 

Um mestre da Lei se levantou e, querendo encontrar alguma prova contra Jesus, perguntou:

 

- Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?

 

Jesus respondeu:

 

- O que é que as Escrituras Sagradas dizem a respeito disso? E como é que você entende o que elas dizem?

 

O homem respondeu:

 

- "Ame o Senhor, seu Deus, com todo o coração, com toda a alma, com todas as forças e com toda a mente. E ame o seu próximo como você ama a você mesmo."

 

- A sua resposta está certa! - disse Jesus. - Faça isso e você viverá.

 

Porém o mestre da Lei, querendo se desculpar, perguntou:

 

- Mas quem é o meu próximo?

 

Jesus respondeu assim:

 

- Um homem estava descendo de Jerusalém para Jericó. No caminho alguns ladrões o assaltaram, tiraram a sua roupa, bateram nele e o deixaram quase morto. Acontece que um sacerdote estava descendo por aquele mesmo caminho. Quando viu o homem, tratou de passar pelo outro lado da estrada. Também um levita passou por ali. Olhou e também foi embora pelo outro lado da estrada. Mas um samaritano que estava viajando por aquele caminho chegou até ali. Quando viu o homem, ficou com muita pena dele. Então chegou perto dele, limpou os seus ferimentos com azeite e vinho e em seguida os enfaixou. Depois disso, o samaritano colocou-o no seu próprio animal e o levou para uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, entregou duas moedas de prata ao dono da pensão, dizendo:

 

- Tome conta dele. Quando eu passar por aqui na volta, pagarei o que você gastar a mais com ele.

Então Jesus perguntou ao mestre da Lei:

 

- Na sua opinião, qual desses três foi o próximo do homem assaltado?

 

- Aquele que o socorreu! - respondeu o mestre da Lei.

 

E Jesus disse:

 

- Pois vá e faça a mesma coisa.

 

O que diz o texto do dia?

 

COMENTÁRIO 1

 

Na parábola de Jesus, nem o sacerdote, nem o levita deram atenção e cuidados ao homem quase morto. Quem parou, teve compaixão, chegou perto, limpou-lhe os ferimentos e cuidou dele levando-o consigo para a pensão, foi o samaritano. O samaritano era discriminado pelos judeus e até detestado por eles. Na parábola de Jesus é justamente um samaritano que vive o verdadeiro amor ao próximo.

 

COMENTÁRIO 2

 

Lucas aborda aqui o tema da "vida eterna", que será novamente abordado no episódio do homem rico que interroga Jesus (Lc 18,18-23). Respondendo ao doutor da Lei, Jesus afirma que se tem a vida eterna no amor a Deus e ao próximo. E o meu próximo é aquele do qual me aproximo para socorrê-lo em suas necessidades. Não foi um sacerdote nem um levita vinculados ao Templo de Jerusalém, mas sim um samaritano, um excluído do mundo judaico, que se fez próximo do sofredor, resgatando-lhe a vida. Jesus diz: "Vai e faze tu a mesma coisa". Jesus mostra como o amor deve ser concretizado na solidariedade e ajuda aos mais carentes e necessitados. É com este amor que se tem a vida eterna.

 

José Raimundo Oliva

 

COMENTÁRIO 3

 

Uma das mais conhecidas parábolas de Jesus foi contada em resposta a um encontro que Ele teve com um doutor da Lei, alguém que estudara completamente a Lei de Deus e estava preparado para discutir seus pormenores. Em outras palavras, não era suficiente recitar a Lei de Deus, mas vivê-la de maneira a agradar ao Senhor! Para isso, a pessoa tem que colocar em ação o que a Lei de Deus requer, sendo a essência desta o amor: amar a Deus de todo o coração, de toda a alma, com todas as forças e de todo o entendimento, e ao próximo como a si mesmo.

 

Esta parábola descreve a bondade e o amor que nosso Salvador tem para com o homem caído e infeliz. Nós éramos como esse pobre e aflito viajante. Satanás – nosso inimigo – havia nos assaltado, despojado e ferido. Estávamos por natureza mais que semimortos em nossos delitos e pecados, completamente incapazes de nos salvar pois não tínhamos forças.

 

A Lei de Moisés – como o sacerdote e o levita da parábola, – não tem compaixão de nós. Não nos oferece alívio. Passa “ao largo”, não tendo piedade nem poder para nos ajudar.

 

Mas eis que veio o abençoado Jesus, o Bom Samaritano. Ele teve compaixão de nós. Ele cuidou das nossas feridas. Ele derramou sobre elas não “azeite e vinho”, mas o Seu próprio sangue.

 

As pessoas que se relacionaram com o homem ferido podem ser classificadas em três grupos, de acordo com a sua filosofia de vida: assaltantes (salteadores ), os indiferentes (o sacerdote e o levita) e os misericordiosos (o bom samaritano).

 

Muitos são os que vivem na cobiça, assaltando e tirando vidas, procurando ampliar cada vez mais o que têm à custa do sangue de outros: “O que é meu, é meu! E o que é seu, será meu, se eu conseguir tomar de você”. E, então, arranjam mil e uma maneiras de conseguirem isto. Essa é a filosofia de muita gente. Milhões vivem numa vida de egoísmo e ganância.

 

Vivemos num mundo de indiferenças, onde se diz: “O que é meu, é meu! E o que é seu continuará a ser seu, se você puder defendê-lo”. Essa é a filosofia de muitos que são indiferentes à dor e ao sofrimento alheios.

 

Mas Jesus nos ensina e prova o contrário através do bom samaritano: “O que é seu, é seu! E o que é meu será seu, se você precisar. O meu vinho, o meu azeite, o meu animal, o meu dinheiro, a minha energia e o meu tempo serão seus, se você precisar”. As oportunidades de ajudar aos outros geralmente são inesperadas e inconvenientes.

 

Qual tem sido a nossa filosofia de vida? A dos assaltantes, a dos indiferentes ou a do bom samaritano? O que caracteriza nosso relacionamento com o próximo? A cobiça, a indiferença ou o amor?

 

A narração de Jesus ensina que viver agora e sempre, como povo de Deus, significa demonstrar compaixão. Mesmo quando isso nos incomoda, mesmo quando desafia nossa compreensão tradicional e, até mesmo, quando nos custa algo pessoal. Isso é o que Jesus está nos dizendo: “Vá e faça o mesmo”.

 

Padre Bantu Mendonça

 

O que o texto me diz?

 

Sinto-me também convocado a repetir o gesto do samaritano? Onde? Com que pessoas? Recordo muitas outras pessoas que repetiram este gesto, recomendado por Jesus: madre Teresa de Calcutá, Dom Luciano Mendes de Almeida, Irmã Dorothy, Francisco de Assis, ...

 

Os bispos em Aparecida disseram: "A Igreja, como "comunidade de amor" é chamada a refletir a glória do amor de Deus que, é comunhão, e assim atrair as pessoas e os povos para Cristo. No exercício da unidade desejada por Jesus, os homens e mulheres de nosso tempo se sentem convocados e recorrem à formosa aventura da fé. "Que também eles vivam unidos a nós para que o mundo creia" (Jo 17,21). A Igreja cresce, não por proselitismo mas "por 'atração': como Cristo 'atrai tudo a si' com a força de seu amor" (Bento VXI, em Aparecida).A Igreja "atrai" quando vive em comunhão, pois os discípulos de Jesus serão reconhecidos se amarem uns aos outros como Ele nos amou (cf. Rm 12,4-13; Jo 13,34). (DAp 159).

 

O que o texto me leva a dizer a Deus?

 

Rezo o Hino ao Amor, na canção do Padre Zezinho.

 

Se eu desvendasse os mistérios do universo, mas não tivesse amor;

se o dom das línguas eu tivesse em prosa e verso, mas não tivesse amor, seria um sino barulhento e falador!

Se eu conhecesse umas quinhentas profecias, mas não tivesse amor;

se eu conhecesse todas as teologias, mas não tivesse amor;

teria tudo, menos Deus a meu favor!

Amor é graça, amor é força amor é luz, não é vaidoso, não derruba não seduz, não sente inveja, nem orgulho nem rancor, sabe perder mas não se sente perdedor.

Amor aplaude mas educa o vencedor Amor perdoa mas educa o pecador, não atrapalha não bloqueia: faz andar, espera e crê, porque o amor sabe esperar.

Vem do passado, mas não é ultrapassado.

Tem seus limites o saber e a religião, mas o amor aí não acaba nunca não (2x).

Agora vemos por imagens ou sinais, mas o amor, aí, o amor é muito mais (2x).

mas o amor, aí, o amor é bom demais!

Há mil verdades do outro lado da janela, mas o amor é a maior de todas elas!...

 

CD Canções que o amor escreveu - Paulinas COMEP

 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

 

Meu novo olhar é iluminado pelo testemunho do Samaritano e pelas palavras dos Bispos em Aparecida:

 

"Bento XVI nos recorda que: "o discípulo, fundamentado assim na rocha da Palavra de Deus, sente-se motivado a levar a Boa Nova da salvação a seus irmãos. Discipulado e missão são como os dois lados de uma mesma moeda: quando o discípulo está enamorado de Cristo, não pode deixar de anunciar ao mundo que só Ele salva (cf. At 4,12). Na realidade, o discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro". Esta é a tarefa essencial da evangelização, que inclui a opção preferencial pelos pobres, a promoção humana integral e a autêntica libertação cristã." (DAp, 146).

 

Bênção

 

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.

- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

 

Ir. Patrícia Silva, fsp

 

Fonte: Paulinas e Canção Nova.


Crie um site grátis Webnode