Igreja católica debate saúde pública na Campanha da Fraternidade 2012.
25/02/2012 11:00
Dom José Belisário informou que, a partir do próximo Domingo de Ramos, em 1º de abril, uma coleta de doações será realizada entre os fieis católicos, para a constituição de um fundo de financiamento das atividades da Igreja. Os recursos arrecadados na coleta são destinados à manutenção da Arquidiocese (60%) e ao Fundo Nacional de Solidariedade (40%), gerido por uma comissão da organização Cáritas Brasileiras, que patrocina projetos com orçamento de até R$ 10 mil, ligados ao tema da campanha. No ano passado, 326 projetos foram aprovados para receberem apoio financeiro.
De acordo com João Maria Van Damme, as propostas de ação da campanha da fraternidade deste ano se identificam com as conquistas dos movimentos sociais voltados à melhoria das condições de saúde pública, nas últimas décadas. O padre fez referência a uma campanha anterior da CNBB, de 1981, com tema "Saúde para Todos", cujo principal objetivo foi conscientizar a comunidade a respeito do consumo desenfreado de medicamentos.
Tratando dos avanços na saúde pública desde a Campanha da Fraternidade da década de 1980, quando o SUS ainda não tinha sido instrumentalizado, João Maria Van Damme relacionou as principais mudanças ocorridas no setor. Segundo ele, a noção de saúde deixou de ser vista simplesmente como negação do estado de doença, e passou a ter um conceito mais amplo, incluindo as medidas preventivas e as mudanças no modo de vida das pessoas.
Além desse aspecto, o tratamento da questão da saúde pública ganhou dimensões maiores que a concentração nos hospitais, aproximando-se das comunidades, através de programas voltados à família e da presença dos agentes de saúde. Por fim, a sociedade assumiu um maior controle da rede articulada de saúde, entre as esferas federal, estadual e municipal.
Campanha da Fraternidade de 2012 será lançada hoje em São Luís, no Ginásio Castelinho. Tema propõe reflexão sobre condições da saúde no país
Com o tema "Fraternidade e Saúde Pública", a Campanha da Fraternidade 2012 foi anunciada em entrevista coletiva na manhã de ontem, pelo arcebispo da Arquidiocese Metropolitana de São Luís, Dom José Belisário.
O lançamento da campanha está agendado para hoje à tarde, no Ginásio Castelinho, marcando a abertura do Ano Jubilar da Igreja Católica de São Luís, e a comemoração dos 400 anos do anúncio do Evangelho na Ilha.
Além do arcebispo metropolitano, participaram do evento o secretário estadual de saúde, Ricardo Murad, a procuradora-geral de Justiça, Fátima Travassos, o bispo auxiliar de São Luís, Dom José Carlos Chacorowski, e o padre João Maria Van Damme, membro do Conselho Municipal de Saúde.
Durante a entrevista, Dom José Belisário destacou que a campanha deste ano, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da qual ele é vice-presidente, busca promover junto à comunidade católica uma reflexão sobre a realidade da saúde no Brasil e as políticas públicas nesse setor, além de contribuir com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), na forma de melhores serviços prestados, no acesso e na qualidade de vida da população.
O lema da campanha, "Que a saúde se difunda sobre a terra!", foi retirado de um trecho do livro bíblico do Eclesiástico.
O lema da campanha, "Que a saúde se difunda sobre a terra!", foi retirado de um trecho do livro bíblico do Eclesiástico.
De acordo com João Maria Van Damme, as propostas de ação da campanha da fraternidade deste ano se identificam com as conquistas dos movimentos sociais voltados à melhoria das condições de saúde pública, nas últimas décadas. O padre fez referência a uma campanha anterior da CNBB, de 1981, com tema "Saúde para Todos", cujo principal objetivo foi conscientizar a comunidade a respeito do consumo desenfreado de medicamentos.
Tratando dos avanços na saúde pública desde a Campanha da Fraternidade da década de 1980, quando o SUS ainda não tinha sido instrumentalizado, João Maria Van Damme relacionou as principais mudanças ocorridas no setor. Segundo ele, a noção de saúde deixou de ser vista simplesmente como negação do estado de doença, e passou a ter um conceito mais amplo, incluindo as medidas preventivas e as mudanças no modo de vida das pessoas.
Além desse aspecto, o tratamento da questão da saúde pública ganhou dimensões maiores que a concentração nos hospitais, aproximando-se das comunidades, através de programas voltados à família e da presença dos agentes de saúde. Por fim, a sociedade assumiu um maior controle da rede articulada de saúde, entre as esferas federal, estadual e municipal.