Imitemos a humildade de São João Batista

02/01/2013 07:40

 

Primeira leitura (1João 2,22-28)
 

Leitura da Primeira Carta de São João.

Caríssimos: 22Quem é mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? O Anticristo é aquele que nega o Pai e o Filho. 23Todo aquele que nega o Filho também não possui o Pai. Quem confessa o Filho possui também o Pai. 24Permaneça dentro de vós aquilo que ouvistes desde o princípio. Se o que ouvistes desde o princípio permanecer em vós, permanecereis com o Filho e com o Pai. 25E esta é a promessa que ele nos fez: a vida eterna. 26Escrevo isto a respeito dos que procuram desencaminhar-vos.
27Quanto a vós mesmos, a unção que recebestes da parte de Jesus permanece convosco, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine. A sua unção vos ensina tudo, e ela é verdadeira e não mentirosa. Por isso, conforme a unção de Jesus vos ensinou, permanecei nele.
28Então, agora, filhinhos, permanecei nele. Assim poderemos ter plena confiança, quando ele se manifestar, e não seremos vergonhosamente afastados dele, quando da sua vinda.

- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.

 

Salmo (Salmos 97)
 

— Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
— Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.

— Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
— O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
— Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!

 

Evangelho (João 1,19-28)
 

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

19Este foi o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar: “Quem és tu?” 20João confessou e não negou. Confessou: “Eu não sou o Messias”. 21Eles perguntaram: “Quem és, então? És Elias?” João respondeu: “Não sou”. Eles perguntaram: “És o Profeta?” Ele respondeu: “Não”. 22Perguntaram então: “Quem és, afinal? Temos de levar uma resposta àqueles que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?” 23João declarou: “Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’” — conforme disse o profeta Isaías. 24Ora, os que tinham sido enviados pertenciam aos fariseus 25e perguntaram: “Por que então andas batizando, se não és o Messias, nem Elias, nem o Profeta?” 26João respondeu: “Eu batizo com água; mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis, 27e que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias”. 28Isso aconteceu em Betânia além do Jordão, onde João estava batizando.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

 

Homilia

 

A voz que brada no deserto se descreve e nos aponta para Aquele que batiza no fogo do Espírito Santo.

 

No dia em que celebramos o grande testemunho de São João Batista, a Igreja nos presenteia com a memória dos santos São Basílio Magno e São Gregório Nazianzeno.

 

São Basílio e São Gregório Nazianzeno, unidos na vida, na fé, na cultura e na santidade, são comemorados na mesma data para, assim, permanecerem juntos também na posteridade.

 

Ambos nasceram na Capadócia, por volta do ano 330 e na mesma região exerceram suas funções literárias e pastorais. Na família de Basílio foram santificados a avó Macrina, a mãe Emélia e também os irmãos Gregório de Nissa, bispo e filósofo; Pedro, bispo de Sebaste e a virgem Macrina.

 

São Basílio se consagrou ao serviço como Arcebispo de Cesárea, doutor da Igreja e patriarca dos Monges do Oriente. Foi considerado modelo de pastor, exemplar em todas as virtudes e “um baluarte da fé contra os ataques dos heréticos arianos”.

 

Empenhou a vida em amenizar os problemas sociais de seu tempo, chegando a fundar uma verdadeira “cidade filantrópica” onde os pobres dispunham de hospital, orfanato, escola, abrigo etc.

 

Ficou célebre por combater a avareza dos ricos, de quem não cansou de cobrar solidariedade com os menos favorecidos. Morreu aos 49 anos, em 379.

 

São Gregório Nazianzeno, em nome da ortodoxia, tirou Basílio de seu retiro para que o ajudasse na defesa da fé do clero e da Igreja. Desde a mais tenra idade, demonstrou temperamento místico e queda para o monastério. Quando adulto, tornou-se famosíssimo orador e teólogo, sendo por isso muito perseguido pelos arianos.

 

Mesmo sob pressão dos inimigos, aceitou ser declarado Patriarca de Constantinopla e, nesta posição, presidiu o primeiro Concílio ali sediado, em 381, que definiu a divindade do Espírito Santo.

 

Mas as perseguições arianas foram tantas que se viu obrigado a abdicar do cargo, voltando para sua solidão de monge e para o trabalho literário. De sua autoria conservam-se 53 sermões, 242 cartas e incontáveis poesias de teor religioso. Faleceu em 389.

 

Fazendo referência ao Evangelho de hoje, ele dizia no princípio que João Baptista se deu a conhecer aos sacerdotes e levitas que procuravam saber quem ele era.

 

João Batista, em continuidade ao seu anúncio de conversão devido a vinda iminente de Jesus, o Deus que veio edificar a sua tenda entre as populações excluídas da periferia, trouxe preocupações às elites que se sentiram ameaçadas. Não sabendo quem era João, enviam mensageiros para lhe perguntar: “Quem és tu? És o Messias?” É que as multidões acorriam a ele, o que suscitou desconfiança e temor entre estas elites. Então, humildemente, João se dá a conhecer: “Eu batizo com água, mas, no meio de vocês, está alguém que vocês não conhecem. Ele vem depois de mim, mas eu não mereço a honra de desamarrar as correias das sandálias d’Ele”. Com humildade e simplicidade, ele nos ensina a dar lugar a quem tem direito e vez!

 

Padre Bantu Mendonça

 

Fonte: Canção Nova.