O encontro com Deus se dá pela conversão - Lc 13,1-9.

22/10/2011 07:30

Preparação para a Leitura Orante

 

- A mim e a você que navegamos neste ambiente virtual, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo.

 

- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!

 

Preparo-me para a Leitura, rezando:

 

Jesus Mestre, que dissestes:

 

"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, aqui reunidos (pela grande rede da internet), para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.

 

Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos as Sagradas Escrituras.

 

Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.

 

Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e missão.(Bv. Alberione)

 

Leitura Orante

Lc 13,1-9

 

Naquela mesma ocasião algumas pessoas chegaram e começaram a comentar com Jesus como Pilatos havia mandado matar vários galileus, no momento em que eles ofereciam sacrifícios a Deus.

 

Então Jesus disse:

 

- Vocês pensam que, se aqueles galileus foram mortos desse jeito, isso quer dizer que eles pecaram mais do que os outros galileus? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram. E lembrem daqueles dezoito, do bairro de Siloé, que foram mortos quando a torre caiu em cima deles. Vocês pensam que eles eram piores do que os outros que moravam em Jerusalém? De modo nenhum! Eu afirmo a vocês que, se não se arrependerem dos seus pecados, todos vocês vão morrer como eles morreram.

 

Então Jesus contou esta parábola:

 

- Certo homem tinha uma figueira na sua plantação de uvas. E, quando foi procurar figos, não encontrou nenhum. Aí disse ao homem que tomava conta da plantação: "Olhe! Já faz três anos seguidos que venho buscar figos nesta figueira e não encontro nenhum. Corte esta figueira! Por que deixá-la continuar tirando a força da terra sem produzir nada?" Mas o empregado respondeu: "Patrão, deixe a figueira ficar mais este ano. Eu vou afofar a terra em volta dela e pôr bastante adubo. Se no ano que vem ela der figos, muito bem. Se não der, então mande cortá-la."

 

O que diz o texto do dia?

 

COMENTÁRIO 1

 

Leio atentamente, na Bíblia, o texto Lc 13,1-9, e observo pessoas que comentam com Jesus sobre a necessidade de arrependimento dos pecados e de contínua conversão do coração.

 

Num mundo em que se busca justificativa para tudo e isenção das culpas mais evidentes, falar em arrependimento, significando admitir que se cometeu erro e se busca um processo de reconhecimento e de conversão, parece muito difícil. Parece até "fora de moda". No entanto, é a proposta do Reino, é o que fala Jesus ao povo. Na narração do Evangelho de Lucas o que para os galileus foi uma desgraça passou a ser uma advertência aos demais. No Salmo 50 já se recitava: "Atenção, vós que esqueceis a Deus (...) A quem corrige sua conduta, eu farei desfrutar a salvação de Deus" (VV. 22 e 24). A parábola contada pelo Mestre, aponta para a paciência de Deus que espera e que cerca de cuidados a figueira que não produz frutos. Ele "afofa a terra em volta dela", ou seja, oferece-lhe possibilidades. Põe "bastante adubo", quer dizer, apresenta-lhe incentivos que visam suprir as deficiências em substâncias vitais à sobrevivência. Deus é representado neste homem que espera frutos de sua figueira. O tempo de Jesus Mestre não é só de admoestação, mas de oportunidade de conversão, de salvação. O texto fala de 3 anos de improdutividade da figueira. Deus é infinitamente paciente, mas cada árvore - cada um de nós - pode esgotar seu tempo de tolerância.

 

COMENTÁRIO 2

 

Temos neste texto, exclusivo de Lucas, um caso único, nos evangelhos, em que Jesus, em seus ensinamentos, faz referência a acontecimentos recentes. Os galileus foram mortos por Pilatos porque suspeitava que fossem subversivos. Segundo a "doutrina da retribuição" dos fariseus, o sofrimento era castigo de Deus e a abundância era bênção de Deus. A morte violenta dos galileus foi vista como conseqüência de seus pecados. Jesus o descarta, e traz a questão para dentro da própria comunidade judaica, uma torre que caiu e matou dezoito, em Jerusalém. Eram, estes também, mais pecadores que os demais? Negando esta doutrina da retribuição, Jesus destaca que o encontro com Deus se dá pela conversão necessária para todos aqueles que se julgavam justos. Com a parábola que segue, Jesus mostra a paciência de Deus em dar oportunidades para a conversão.

 

José Raimundo Oliva

 

COMENTÁRIO 3

 

Esses dois episódios, como sinais dos tempos, dizem que a morte pode vir de improviso. Assim também o juízo de Deus pode chegar quando menos esperarmos. Por isso, precisamos – e devemos – nos arrepender de todos os nossos pecados.

 

Jesus deixa claro que não necessariamente há uma relação direta de causalidade entre culpa e sofrimento. Mas as desgraças públicas são, como sinais dos tempos, oportunidades para reflexão e penitência dos pecados. Jesus adverte que toda nação caminha para a ruína se não se converter ao Messias. Todos necessitamos de conversão contínua porque todos erramos. O mistério do sofrimento sem espírito de fé esmaga o homem.

 

Primeiro, arrepender-se é desviar do pecado, mudando de direção em relação à iniquidade.

 

O arrependimento é mais do que um aprimoramento pessoal, é mais do que uma maneira de se controlar a vida. É uma medida profunda, uma decisão de abandonar tudo o que é estranho a Deus. Essa medida contribui para uma transformação total, a qual Jesus chama “novo nascimento” (João 3,3).

 

Arrepender-se não é simplesmente sentir remorso do pecado cometido. Uma pessoa pode sentir remorso de ter pecado devido a complicações que o pecado trouxe à sua vida ou devido a uma consequência desvantajosa que tenha de sofrer pelo ato pecaminoso. Judas sentiu remorso por ter traído Jesus, mas não se arrependeu (Mateus 27,3). Pedro, que negou Cristo, arrependeu-se (Mateus 26,34.69–75). Judas sentiu apenas remorso. É possível sentir-se perturbado pelo fato de ter pecado, sem, contudo, arrepender-se.

 

O arrependimento não é simplesmente uma convicção do pecado. No dia de Pentecostes, Pedro expôs o pecado dos judeus que o ouviam. As palavras do apóstolo levaram convicção ao coração deles a ponto de clamarem: “Que faremos?” (Atos 2,37). Pedro, porém, não considerou essa convicção como arrependimento, pois ao responder à indagação deles disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados e recebereis o dom do Espírito Santo” (Atos 2,38).

 

O arrependimento não é simplesmente uma tristeza divina. A tristeza divina por causa dos pecados precede e produz o arrependimento, segundo o apóstolo Paulo: “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza segundo o mundo produz morte” (2 Coríntios 7,10).

 

O arrependimento não deve ser tampouco definido como uma mudança de vida. Ele produz, sim, uma mudança de vida. Se o arrependimento não resultar numa vida transformada, então não houve de fato arrependimento genuíno; mas a mudança de vida não é o arrependimento propriamente dito. João Batista advertia ao povo que o seguia: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mateus 3,8). O arrependimento real precede os frutos de arrependimento, a saber: uma vida mudada.

 

Arrependimento tem a ver com mudança resoluta da vontade própria em relação ao pecado. Envolve o intelecto, as emoções e a consciência. Essa mudança de atitude em relação ao pecado torna-se tão nítida na personalidade humana, que capacita o crente a desistir de um modo de vida. No batismo, uma pessoa é imersa para morrer espiritualmente para o pecado, crucificando seu “velho eu”, de modo que o corpo do pecado seja destruído (Romanos 6,6).

 

Em segundo lugar, arrepender-se é voltar para Cristo. Não é apenas uma reação negativa ao mal; é também uma resposta positiva a Cristo.

 

O arrependimento consiste em abandonar o pecado e voltar-se para Cristo para ter vida. Jesus não convidou ninguém para tirar “férias religiosas” ou dar uma breve trégua na iniquidade.

 

Ele pediu comprometimento total, descrito como um nascimento da água e do Espírito, um nascimento do alto (João 3,5). Essa transformação é tão radical e duradoura que Paulo a comparou com uma circuncisão espiritual, uma remoção completa do corpo da carne por obra de Deus: “Nele, também fostes circuncidados, não por intermédio de mãos, mas no despojamento do corpo da carne, que é a circuncisão de Cristo” (Colossenses 2,11).

 

O arrependimento envolve um compromisso constante. Ao respondermos a Deus, devemos fazer morrer as obras do corpo. Daí para frente, uma tarefa que temos como cristãos é não deixar virem à tona essas obras.

 

Paulo disse: “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e avareza, que é idolatria” (Colossenses 3,5).

 

É preciso viver no mundo sem ser dele; e nele viver conforme o Espírito de Deus. O juízo de Deus sobre nós pode dar-se quando menos esperamos e, por isso, devemos viver de tal modo que não sejamos surpreendidos. O cristão está em contínua vigilância pela caridade e pela prática da misericórdia.

 

Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente para Ti.

 

Padre Bantu Mendonça

 

O que o texto me diz?

 

Como vejo as catástrofes no mundo de hoje? Os tsunamis, as enchentes, as secas, os terremotos? Como está meu processo de conversão? Admito que erro, que preciso viver um processo contínuo de conversão? Minha figueira tem produzido frutos? Quais são os adubos na minha vida?

 

Os bispos em Aparecida falaram de quatro eixos que devem ser reforçados na Igreja. O primeiro deles é a conversão. Dizem:

 

"Em nossa Igreja devemos oferecer a todos os nossos fiéis um "encontro pessoal com Jesus Cristo", uma experiência religiosa profunda e intensa, um anúncio kerigmático e o testemunho pessoal dos evangelizadores, que leve a uma conversão pessoal e a uma mudança de vida integral " (DAp 226, a).

 

O que o texto me leva a dizer a Deus?

 

Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com toda Igreja a Oração Missionária 2011

 

Deus Pai,

Criador do céu e da terra,

Enviai, por meio do vosso Filho,

O Espírito que renova todas as coisas,

Para que, no respeito e cuidado com a natureza,

Possamos recriar novos céus e nova terra,

E a Boa-Nova, que brilhou na Criação,

Seja conhecida até os confins do universo.

Amém.

 

Qual meu novo olhar a partir da Palavra?

 

Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus.

 

Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que me impede de dar frutos.

 

Vou demonstrar pela vida que vivo em contínua conversão.

 

Bênção

 

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.

- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.

- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.

- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.

 

Ir. Patrícia Silva, fsp

 

Fonte: Paulinas e Canção Nova.