Um só é o vosso Mestre - Mt 23,1-12.

22/03/2011 02:42

Depois, Jesus falou às multidões e aos discípulos: "Os escribas e os fariseus sentaram-se no lugar de Moisés para ensinar. Portanto, tudo o que eles vos disserem, fazei e observai, mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não praticam. Amarram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo. Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros, usam faixas bem largas com trechos da Lei e põem no manto franjas bem longas. Gostam do lugar de honra nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, de serem cumprimentados nas praças públicas e de serem chamados de 'rabi'. Quanto a vós, não vos façais chamar de 'rabi', pois um só é vosso Mestre e todos vós sóis irmãos. Não chameis a ninguém na terra de 'pai', pois um só é vosso Pai, aquele que está nos céus. Não deixeis que vos chamem de 'guia', pois um só é o vosso Guia, o Cristo. Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.

 

COMENTÁRIO 1

 

Jesus se apresenta como um Mestre diferente. A maior preocupação do bem-aventurado Tiago Alberione sempre foi levar todos a Cristo: "A Família Paulina tem uma só espiritualidade: viver integralmente o Evangelho, seguir o Divino Mestre Caminho, Verdade e Vida. Esta espiritualidade ele assim definiu: " viver 'em Cristo', santificando: a mente, porque ele é a Verdade; a vontade, porque ele é o Caminho; o coração, porque ele é a Vida".

 

COMENTÁRIO 2

 

O evangelho de Mateus apresenta no capítulo 23, de maneira contundente, as últimas críticas de Jesus aos escribas e fariseus. Mateus procura dissuadir a sua comunidade de discípulos oriundos do judaísmo de voltarem à sinagoga ou de manterem seus padrões tradicionais, opressores e elitistas. Enquanto Jesus oferecera um fardo leve e suave, os escribas e fariseus põem fardos pesados e insuportáveis nos ombros dos outros. Os escribas e fariseus fazem tudo ostensivamente e fazem-se chamar de "rabi", afim de garantirem o prestígio e a autoridade da qual abusam ambiciosamente. Entre os discípulos, em igualdade fraterna em torno de Jesus, não deve haver abuso de poder e a humildade e o serviço são os valores fundamentais na vida comunitária.


José Raimundo Oliva

 

COMENTÁRIO 3

 

 

O evangelho de Mateus apresenta no capítulo 23, de maneira contundente, as últimas críticas de Jesus aos escribas e fariseus. No trecho de hoje, o evangelista conta uma história curiosa. Trata-se da crítica de Jesus ao poder reinante do espírito do mundo. Ele começou a pregar completamente diferente do que se vivia. Não estava preocupado com o poder político dominante. Uma única vez que tentaram colocá-lo à prova numa difícil situação política, Ele respondeu: “Hipócritas! (…) Pois dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” É um ensinamento para todos, mas também uma advertência àqueles que detêm o poder neste mundo.

 

Jesus fala em cátedra de Moisés, a doutrina tradicional que receberam de Moisés, chamada Lei Mosaica, contida na Torá, que ainda trazia o que falaram os profetas, Abraão e outros grandes patriarcas. Dominados pelos romanos, os judeus, sem muita alternativa, tomaram uma posição de fazer valer aquelas tradições. Mas, ao longo do tempo, a elas foram acrescentadas interpretações pessoais a impor tanta coisa, que eles mesmos não podiam cumprir. Aqueles mestres faziam questão de assim serem chamados. Isto fazia com que se sentissem mais poderosos. Quem não os chamava de Mestre estava perdido.

 

Meu irmão, esta critica é também para nós. Pois em nossos dias vemos muitas vezes padres novos, catequistas e lideres meio tímidos, e à medida que a comunidade coloca muitas coisas à sua disposição, que o bajula demais, ele vai se transformando num poderoso, transferindo para dentro da Igreja aquele espírito pomposo que impõe obrigações e sacrifícios aos outros e paroquianos, como quase condição para que o tenham. Se suas atividades deveriam ser levadas pelo Espírito de Deus, trata-se de uma pessoa espiritualizada que revela um demasiado zelo. Percebe-se, porém, cerimônias realizadas e quando se faz pelo espírito da vaidade e da soberba. Somente para aparecer.

 

Jesus observou isto muito bem. Ele sabia que naquela sinagoga acontecia a mesma coisa. E alertou aos Apóstolos: vocês devem entender a Lei e cumpri-la, mas não imitem esses homens, “pois dizem o que não fazem”; impõem a vocês coisas que eles mesmos não cumprem, fardos que não carregam, porque não aguentam. Isto é hipocrisia. E termina dizendo uma coisa desconcertante, para a época, ao olhar dos judeus. Os mestres das sinagogas ensinavam: Se eu tenho este copo é porque tenho a graça de Deus. Se o tenho cheio d’água é porque estou repleto da graça de Deus. Se tenho o copo, água e posso bebê-la, estou plenamente na graça de Deus.

 

Eles faziam uma divisão. Queriam convencer as pessoas de que estavam bem, eram ricos, cheios de franjas e frases do Torá na testa e nas roupas, finas por sinal, porque estavam cheios da graça de Deus. Aqueles que não pudessem fazer isto, é porque não tinham a graça de Deus. Esta era a mentalidade da época.

 

Jesus vem com uma proposta contrária a tudo isso: “Aquele que se exaltar será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado.” Hoje, entendemos essa máxima do Evangelho, mas naquela época isto foi de difícil compreensão: ter de se humilhar para ser exaltado? Se somos pobres diante dos homens, seremos ricos diante de Deus. Essa pobreza é um dom de Deus.

 

Senhor, ensina-me a ser humilde, quebre a minha vaidade, orgulho e soberba, para que eu possa entender a máxima: Deus humilha os que se exaltam e exalta os que se humilham.

 

Padre Bantu Mendoça.

 

O que a Palavra diz para mim?


Considero, como refletem os bispos na Conferência de Aparecida, Jesus como único Mestre que tem palavras de vida eterna: "O chamado que Jesus, o Mestre faz, implica numa grande novidade. Na antiguidade, os mestres convidavam seus discípulos a se vincular com algo transcendente e os mestres da Lei propunham a adesão à Lei de Moisés. Jesus convida a nos encontrar com Ele e a que nos vinculemos estreitamente a Ele porque é a fonte da vida (cf. Jo 15,1-5) e só Ele tem palavra de vida eterna (cf. Jo 6,68). Na convivência cotidiana com Jesus e na confrontação com os seguidores de outros mestres, os discípulos logo descobrem duas coisas originais no relacionamento com Jesus. Por um lado, não foram eles que escolheram seu mestre foi Cristo quem os escolheu. E por outro lado, eles não foram convocados para algo (purificar-se, aprender a Lei...), mas para Alguém, escolhidos para se vincular intimamente a sua pessoa (cf. Mc 1,17; 2,14). Jesus os escolheu para "que estivessem com Ele e para enviá-los a pregar" (Mc 3,14), para que o seguissem com a finalidade de "ser d'Ele" e fazer parte "dos seus" e participar de sua missão. O discípulo experimenta que a vinculação íntima com Jesus no grupo dos seus é participação da Vida saída das entranhas do Pai, é se formar para assumir seu estilo de vida e suas motivações (cf. Lc 6,40b), viver seu destino e assumir sua missão de fazer novas todas as coisas." (DAp 131).


O que a Palavra me leva a dizer a Deus?


Rezo com toda Igreja a Oração da Campanha da Fraternidade 2011 Senhor Deus, nosso Pai e Criador.
A beleza do universo revela a vossa grandeza, A sabedoria e o amor com que fizestes todas as coisas, E o eterno amor que tender por todos nós.
Pecadores que somos, não respeitamos a vossa obra, E o que era para ser garantia da vida está se tornando ameaça.
A beleza está sendo mudada em devastação, E a morte mostra a sua presença no nosso planeta.

Que nesta quaresma nos convertamos E vejamos que a criação geme em dores de parto, Para que possa renascer segundo o vosso plano de amor, Por meio da nossa mudança de mentalidade e de atitudes.

E, assim, como Maria, que meditava a vossa Palavra e a fazia vida, Também nós, movidos pelos princípios do Evangelho, Possamos celebrar na Páscoa do vosso Filho, nosso Senhor, O ressurgimento do vosso projeto para todo o mundo.


Amém.
 

Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?


Vou vivenciar o meu ser discípulo de Jesus Mestre vivendo a fraternidade. E colocarei no cume de todas as minhas «referências» Jesus Mestre.
Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.