Uma reflexão para o Mês Vocacional

19/08/2011 16:02

Estamos no mês de agosto, quando tradicionalmente a Igreja comemora o mês vocacional,

 

Estamos no mês de agosto, quando tradicionalmente a Igreja comemora o mês vocacional, refletindo basicamente sobre as vocações sacerdotais e religiosas, os leigos e, no último domingo, os catequistas.

 

Para aprofundar um pouco a reflexão sobre este mês, é importante trazer à tona alguns elementos que estão presentes no Documento de Aparecida, principalmente no que diz respeito ao chamado que todos nós recebemos para viver em comunhão e, a partir dessa reflexão, procurar trazer alguns elementos que devem ser incorporados ao Serviço de Animação Vocacional.

 

O Documento de Aparecida nos mostra que, como os discípulos, somos chamados por Jesus para viver em comunhão e, sem essa comunhão, é praticamente impossível o discipulado e a missão (cf. DAp 154). Isso significa que não podemos compreender qualquer vocação que não tenha como ponto de partida este chamado primordial. O modelo de comunhão para todos nós deve ser a própria Trindade divina, sendo que a comunhão com a Trindade só é possível quando existe, a partir dela, comunhão entre nós e esta comunhão é que faz com que a Igreja cresça e se torne casa e escola de comunhão e servidora da humanidade (cf. DAp 155-159).

 

Esta comunhão exige que todos nós assumamos a eclesiologia proposta pelo Concílio Vaticano II, ou seja, vivamos numa Igreja que seja comunhão como povo de Deus, Corpo Místico de Cristo e templos vivos do Divino Hóspede. Esta Igreja é a comunidade dos batizados, que no dia a dia procura seguir seu divino Mestre e constrói o Reino de Deus na história da humanidade, em vista de sua plenitude.

 

O Serviço de Animação Vocacional, a partir da proposta de Aparecida e fundamentado no modelo eclesiológico conciliar é, antes de tudo, aquele que procura levar todos os membros da Igreja, sem exceção, ao encontro com Jesus em vista da colocar os seus dons e carismas a serviço do povo de Deus. Isso significa que devemos pensar num Serviço de Animação Vocacional que trabalhe envolvendo a todos, criando comunhão e gerando ministerialidade. Para que isso seja possível, precisamos superar os modelos eclesiológicos pré-conciliares que possibilitam o binômio clero-leigos e valorizam apenas as vocações de especial consagração, sem considerar os leigos que são Igreja, consagrados pelo batismo.

 

Se quisermos ser fiéis ao Concílio Vaticano II e à proposta do Documento de Aparecida, precisamos fazer com que o Serviço de Animação Vocacional vá além do trabalho em prol das vocações sacerdotais e religiosas e, de fato, anime todas as vocações, mostrem a importância de cada uma. Assim, o Serviço de Animação Vocacional contribui eficazmente para que tenhamos uma Igreja verdadeiramente ministerial, na qual a comunhãoaconteça também na missão de leigos e leigas, religiosos e religiosas, diáconos, presbíteros e bispos.

 

Pe. José Adalberto Vanzella

Licenciado em Filosofia e Pedagogia, Doutor em Teologia, é o Secretário Executivo do Regional Nordeste V da CNBB, que compreende as dioceses do estado do Maranhão.

 

Fonte: CNBB-NE 5.